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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O livro, quando nasce

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Ter um novo livro pronto deve ser semelhante a uma gravidez. Pode demorar mais ou menos de nove meses, mas passa pelas mesmas fases: alegrias, enjoos, sensibilidade à flor da pele, desejos, uma fome insaciável – e a desoras – pelas palavras e pelas frases. Engordamos de pequenas vaidades ao vê-lo crescer, letra a letra. E também demoramos a escolher o nome. Quando nasce, só o queremos ter nas mãos, dar-lhe colo, ouvir os exagerados elogios da família e dos amigos. Podem depois não gostar dele. Mas para quem o escreve, para quem lhe deu vida é a coisa mais bonita do mundo, tão nosso.
Amanhã vou entregar um livro novo. Feito de palavras velhas, retocadas nas arestas dos anos para sobreviverem e respirarem fora das ditaduras do espaço e do tempo. Vou estender os braços e pedir que o tratem bem antes de ser verdadeiramente livro. E meu. Um dia destes voltará ao meu olhar, aos meus dedos. E vou mostrá-lo aos que amo como quem leva uma criança pela mão. Fazer do livro mais do que estes pequenos afectos são manias de grandeza e posteridade. Duas senhoras quase sempre mal frequentadas. E caras. 
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Pesquisa diz: brasileiro lê um livro por ano


Pilha de livros
Um levantamento do Instituto Pró-Livro confirma que o brasileiro lê pouco. São 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, leem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7 – ainda assim baixo. Os dados estão napesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios de todos os estados em 2007.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a população lê, em média, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano, enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano. Os dados, de 2005, são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que integram o Instituto Pró-Livro.
Detalhes dos hábitos do brasileiro relacionados ao livro, revelados na pesquisa, atestam esta afirmação. O levantamento considera como não leitores aqueles que declararam não ter lido nenhum livro nos últimos três meses, ainda que tenha lido ocasionalmente ou em outros meses do ano.
Entre os leitores, 41% disseram que gostam muito de ler no tempo livre, enquanto 13% admitiram que não gostam. Também entre os 95 milhões de leitores brasileiros, 75% disseram que sentem prazer ao ler um livro, mas 22% sustentaram que leem apenas por obrigação.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil sugere que a maior influência para a formação do hábito da leitura vem dos pais, o que explica o fato de que 63% dos não leitores informaram nunca terem visto os pais lendo.
Por outro lado, o levantamento sugere que o hábito de ler é consolidado na escola e quanto maior o nível de escolaridade, maior o tempo dedicado à leitura. Entre os entrevistados com ensino superior, há apenas 2% de não leitores e 20% disseram que dedicam entre quatro e dez horas por semana aos livros. Este índice cai para 12% entre estudantes do ensino médio.
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painel-porta-livros

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